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Sustentabilidade é uma das prioridades do IBDA , e temos a parceria com o GRUPO SUSTENTAX.
A “Sustentax – Engenharia de Sustentabilidade “ é uma empresa do grupo, que se dedica a projetos de sustentabilidade de empreendimentos, desenvolve o gerenciamento de certificação de prédios, com base no critério LEED (Leadership in Energy na Environmental Design) criado pelo USGBC (U.S. Green Building Concil).
Saiba mais: www.sustentax.com.br

Em Arquitetura sustentável (veja mais 129 artigos nesta área)

por Engº Prof. Vanderley John

Por que durabilidade?

Quanto maior a vida útil dos produtos, menores são a necessidade de reposição e de resíduos

Uma das menos discutidas ferramentas para melhorar a sustentabilidade da sociedade é o aumento da durabilidade dos produtos, em especial dos produtos da construção e seus componentes. Quais são as vantagens do aumento da durabilidade?

Iniciemos pelas ambientais. Quanto maior a durabilidade, menor é a necessidade de produtos de reposição ou de manutenção. O elevado consumo de recursos materiais é um dos maiores problemas ambientais da construção. A extração resulta via de regra na destruição de eco-sistemas e redução dos estoques, cada vez menores. Isto vale inclusive para produtos renováveis, como a madeira: terra fértil é limitada.

Quanto maior a vida útil, menores são a quantidade de resíduos pós-uso e a produção dos substitutos gerados. Menores os problemas ambientais, sociais (quem quer viver ao lado de um aterro?) e econômicos com a destinação do nosso lixo. Só na construção é normal demolir para chegar até o componente a ser substituído ou reparado. Como diz o colunista de Notícias da Construção Luiz Henrique Ceotto, até o Lada já resolveu isto.

A manufatura e a montagem dos produtos de reposição consomem energia, cuja geração implica impactos ambientais, gases do efeito estufa incluídos, mais destruição de biomas, e gera poluentes diversos. A atividade da construção é responsável por parcela significativa dos gases do efeito estufa e outros poluentes...

Do ponto de vista macroeconômico, aumentar a durabilidade incrementa a competitividade, pois quanto maior a vida útil, menor é o custo do serviço que um produto presta por unidade de tempo. Menores são os investimentos na reposição das estruturas e conserto de partes degradadas, o que reduz os custos de manutenção. Os custos anuais de manutenção variam muito, sendo 1% do custo de construção ao ano um valor típico para edifícios.

Existem benefícios sociais no aumento da durabilidade: quantos hospitais, escolas, rodovias já teriam sido feitos pelo Estado brasileiro se os gastos de manutenção e reposição de obras de baixa durabilidade não fossem tão elevados?

Engenheiros geralmente associam a durabilidade às inevitáveis transformações físico-químicas dos produtos em contato com seu ambiente. Neste caso, é possível aumentar a durabilidade, selecionando materiais resistentes ao ambiente em questão e/ou detalhando o projeto de forma a proteger os materiais dos agentes de degradação. Diferentemente da percepção comum, durabilidade não é uma propriedade do material, mas um resultado do projeto.

No entanto, a obsolescência funcional, um fenômeno social, freqüentemente torna necessário (ou desejável?) substituir um produto que ainda não degradou fisicamente. Mais uma vez, o segredo é o projeto: a vida útil cresce quando o projeto é flexível, adaptável às necessidades do futuro a baixo custo. Projeto para prevenir a degradação. Mais projeto para evitar obsolescência. A durabilidade depende muito mais do conhecimento do que de dinheiro. E o conhecimento na área vem aumentando rapidamente.

Apesar de toda esta importância estratégica, apesar de o conceito definir o ciclo de vida do produto, o tema é pouco explorado no green building. Com exceção da francesa HQE, as métricas tendem a ignorar (como o LEED) ou tratar superficialmente. Isto, apesar de o aumento da durabilidade da infra-estrutura pública ser prioridade nacional em países como Estados Unidos e Japão.

Nós podemos e devemos fazer melhor.

(*) Engenheiro e professor Poli-USP, é membro da Câmara Ambiental da Indústria da Construção Civil e conselheiro do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável

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