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Em Arquitetura Inclusiva (veja mais 56 artigos nesta área)

por Arq. Dra. Sandra Perito

Universal Design na Arquitetura



A indústria da construção, para ser eficiente, deve conhecer as necessidades dos usuários finais, a fim de produzir produtos que a elas sejam adequados. Isso requer um conhecimento dos usuários alvos e da demanda de usos. E a questão maior é saber quais serão os ocupantes e quais tipos de necessidades e limitações eles podem ter.

Existem vários tipos de limitações que podem afetar as pessoas, que vão desde limitações permanentes, quando o indivíduo nasce com uma deficiência ou perde uma habilidade para sempre; limitações temporárias, pela quebra de um membro ou em conseqüência de uma cirurgia; limitações evolutivas, no caso de idosos que aos poucos vão perdendo algumas habilidades e até limitações causadas pelo próprio ambiente, quando este não é adequado às características dos usuários. As pessoas são diferentes e, portanto, têm habilidades diferentes. Não existe um único homem “médio” que se encaixe em todas as características medianas de estatura, dimensões e habilidades. Portanto deve-se ter em mente, no ato de projetar, o objetivo de abranger o maior universo possível de pessoas para o uso do espaço construído. Esse é o princípio do universal design, que prega que se deve garantir a todos, de igual maneira e com o mesmo dispêndio de esforço, o acesso e uso dos espaços construídos. Para tanto, quanto mais adequarmos os espaços aos menos favorecidos, mais teremos um espaço adequado para todos. O desenho universal tem como base de sustentação:

- Participação nas atividades: os ambientes devem ser convenientes, seguros e de uso fácil por todos, incluindo pessoas portadoras de deficiência. Para assegurar chances iguais de participação, qualquer um, em qualquer idade, com ou sem deficiência, deve poder entrar e usar qualquer parte do ambiente construído, com toda independência possível.

- Rejeição à divisão da população humana entre capazes e incapazes. Deve-se desenhar para criar soluções que atendam às necessidades de todos. Se esse princípio for seguido, o resultado será um novo conhecimento de se projetar para as pessoas. Não é necessário criar soluções separadas para cada categoria de limitações pessoais; a solução pode ser alcançada integrando as diversas necessidades das pessoas dentro de uma solução que pode ser usada por todos.

- Inclusão de provisões suplementares onde apropriado. Como todos se desviam da média em maior ou menor extensão, todos são excepcionais em suas habilidades físicas e restrições (CCTP, 1996, p. 16). As pessoas têm que conviver com suas limitações e alguns recursos podem compensar algumas restrições: óculos, aparelhos de ouvido, bengala, capacitam as pessoas a terem sua função na sociedade. As pessoas devem executar suas atividades da melhor maneira possível e, para isso, os espaços devem ser projetados para inclusão do maior número possível de pessoas, aumentando, assim, a extensão dos favorecidos. Todos serão beneficiados com o aumento do universo incluído e, quando necessário, devem-se incluir provisões especiais para um grupo específico.

- Frequentável por visitantes: todo ambiente construído é usado por dois grupos: os que o usam e os que o visitam. Os visitantes devem usar o ambiente baseado nas necessidades coletivas, enquanto os usuários devem poder acomodar e adequar o espaço às necessidades específicas. O visitante deve poder usar o ambiente com igualdade e independência. Quando isso ocorre, significa que a edificação é acessível ou conveniente para visitantes.

•Independência: a chamada não é apenas as pessoas serem capazes de usar o espaço, mas que possam fazer isso com independência. Porém, as recomendações de independência nem sempre podem atender a todos; como exemplo, se houver um critério que define a altura de maçaneta para adequar-se a crianças e a pessoas altas ou baixas, uma pessoa sem os braços nunca vai ser atendida com independência. Assim, de uma maneira geral, o critério garante que um maior número de pessoas use o ambiente com independência e, algumas vezes, com ajuda de outros.

Assim, dentro desse contexto, os princípios básicos do universal design, de acordo com Story (2001, p. 10.7), são:

- Acessibilidade: espaços e dimensões apropriadas para acesso, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho, postura ou mobilidade do usuário. A necessidade de acessibilidade está embutida em todas as atividades; as pessoas devem chegar ao seu destino e usar os ambientes sem dificuldades, portanto, é essencial que eles sejam acessíveis a todas as pessoas, uma vez que todos têm o mesmo direito de participação. Um ambiente acessível é pré-requisito para o sucesso social e econômico dos usuários.

- Igualdade: é o coração do universal design. O projeto é usável por todas as pessoas com habilidades distintas. Não é suficiente as pessoas poderem usar um ambiente com independência, mas também que esse uso não faça distinções entre as várias categorias de pessoas; por exemplo, é fundamental ter um acesso de entrada em um edifício que possa ser usado por todos e não uma entrada diferente, sem barreiras, para o usuário de cadeira de rodas. Essa igualdade não significa que implementos especiais para categorias específicas não possam ser usados, tal como informações em braile para cegos. Devem-se fazer provisões para privacidade e segurança disponíveis igualmente para todos os usuários, evitando a segregação e estigmatização.

- Adaptabilidade: O projeto acomoda uma grande variação de preferências e habilidades individuais. O ambiente de uso diário deve adequar-se às necessidades individuais do usuário diário e, para isso, deve ser adaptável. Adaptabilidade é, portanto, uma qualidade inerente ao ambiente que permite, em algum ponto no futuro, um fácil rearranjo do espaço ou equipamento para adequar-se às novas necessidades que se apresentem.

- Tolerância a erros: O projeto minimiza os riscos e as conseqüências adversas de ações não intencionadas ou acidentais. O ambiente deve ser seguro a todos, de qualquer idade, com qualquer tipo de limitação e a qualquer momento, garantindo a segurança física do usuário.

- Uso simples e intuitivo: O projeto é de fácil entendimento, independente da experiência, conhecimento, prática, nível de habilidade e de concentração do usuário. Para isso os ambientes devem eliminar complexidades desnecessárias, ser consistentes com a intuição ou expectativa do usuário e fornecer informações adequadas à sua importância.

- Perceptível: O projeto comunica efetivamente as informações necessárias, independente das condições do ambiente ou das habilidades sensoriais do usuário. Deve apresentar informações essenciais de forma redundante (sonora, visual, tátil) e maximizar sua legibilidade.

- Pouco esforço físico: O projeto deve ser usado com eficiência e conforto e com o mínimo de fadiga. Para isso, deve permitir o uso com a manutenção da posição do corpo de maneira neutra, minimizar operações repetitivas e esforço continuado, além de exigir apenas um esforço mínimo para uso.

Face ao crescente número de pessoas com deficiências permanentes e também à crescente população de idosos, grande parte deles com alguma limitação ou deficiência severa, os projetistas devem considerar todo o ciclo de vida, incluindo períodos de deficiências temporárias, para projetar espaços que possam ser usados por todos, capazes e incapazes, reconciliando a integridade do projeto à diversidade humana.
De modo geral, os obstáculos são criações do homem, ou seja, são projetados, e uma mudança em relação à forma de projetar pode tornar os ambientes mais saudáveis e amigáveis a todos.


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