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por Redação do Fórum da Construção

Benedito Abbud: 40 anos de história na arquitetura paisagística



Trabalhando na área desde 1970, sua predileção pelo paisagismo teve início na época da graduação, nos anos 70, quando foi fazer estágio no escritório do arquiteto paisagista Luciano Fiaschi. Benedito Abbud é formado em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), na qual foi professor na disciplina de paisagismo de 1980 a 1985. Ministrou aulas também na Faculdade de Arquitetura da PUC – Campinas de 1977 a 1981. É pós-graduado e mestre pela FAU-USP.


Sua experiência vai além do desenvolvimento de projetos em diversas escalas e alcança a área acadêmica. Fruto de sua tese de mestrado, o livro “Criando Paisagens: guia de trabalho em arquitetura paisagística” é a primeira publicação brasileira sobre o tema direcionada a estudantes, profissionais e interessados na área.


Lançado em 2006, a publicação traz conceitos e ferramentas do paisagismo e mostra, de forma prática e acessível, como trabalhar espaços, escalas e perspectivas. O livro busca ainda suprir a lacuna que existia no sentido de colaborar com a formação dos jovens estudantes brasileiros.

Tendências e mercado do paisagismo

Os projetos que Abbud desenvolve visam proporcionar lazer, convívio social, esporte, cultura, contemplação e educação ambiental. Segundo o profissional, o paisagismo virou sinônimo de qualidade de vida. Em razão disso, os prefeitos, governantes e incorporadoras estão cada vez mais empenhados em oferecer amplos espaços verdes, onde famílias possam desfrutar com segurança de diversas opções de lazer. Com isso, abriu-se uma demanda para a criação de projetos que contemplem áreas verdes com equipamentos para todas as faixas etárias e tipos de usuários.


“Assim, buscamos mostrar que o paisagismo não é um simples jardim e sim um espaço externo com opções de lazer e relaxamento em meio à natureza, o que acaba por agregar valor ao espaço público e ao empreendimento”, ressalta. É também um espaço para as pessoas melhorarem sua qualidade no tempo do ócio, hoje reconhecidamente importante para recarregar as energias da estressante vida diária e fundamental para induzir o processo criativo - ingrediente importantíssimo para a renovação da vida pessoal e profissional, de acordo com Abbud.


Ele também garante que a perfeita sintonia entre o paisagismo e a linguagem arquitetônica, tanto em casas quanto em empreendimentos imobiliários, é fundamental para o sucesso do conjunto. “Em todos meus projetos procuro trabalhar em perfeita sintonia com a arquitetura desde o início do processo e, dessa forma, integrar ao máximo ambientes internos e externos, além de propor soluções paisagísticas que harmonizam com o estilo arquitetônico adotado”, afirma.


Fora isso, seu escritório cria projetos específicos e diferenciados para cada classe social. Assim, acredita que a arquitetura paisagística pode se adequar a qualquer “bolso”, além de ajudar todas as pessoas a viver com dignidade.

Acupuntura paisagística

Um dos conceitos com que Abbud gosta de trabalhar é o da acupuntura paisagística. Para ele, a partir do momento em que se melhoram pontos estratégicos do local, esses benefícios se espalham, aos poucos, por toda a região onde são aplicados.


“Assim como no corpo humano, quando a acupuntura é aplicada em determinados pontos, seus efeitos benéficos espalham bem-estar para todas as suas partes. No tecido urbano acontece a mesma coisa: quando escolhemos áreas estratégicas da cidade e ali criamos pontos de irradiação de uso público, essa energia é transmitida para todos os seus meridianos e funcionam como estimuladores dos espaços de toda a cidade e do bairro”, conta.


Foi esse o caso do projeto de Abbud para a nova cidade de Parauapebas (PA), em que adotou o conceito da arquitetura paisagística como uma forma de tratamento urbano para aumentar a qualidade de vida das pessoas através do entretenimento, do esporte, do encontro e das alegrias que a vida na cidade propicia. “Para isso, propusemos a instalação de equipamentos de baixo custo voltados para a socialização, tais como: campos de futebol, quadras esportivas, cinema ao ar livre, praças para encontros e baladas, clubes junto aos rios com piscinas de ‘tela’, áreas para rodeios, áreas de recreação infantil e juvenil”, completa.

Paisagismo sensorial

Ao desenvolver uma área verde, Abbud procura também aguçar os cinco sentidos. Ele mescla, portanto, o aroma das plantas com espécies frutíferas, chás e temperos, remetendo ao olfato e ao paladar.


A visão é exaltada pelas cores e pelos tamanhos dos espaços: de um corredor estreito chega-se a uma ampla praça. “Buscamos promover diferentes sensações - fechado, aberto, claro e escuro - para surpreender”, relata o arquiteto paisagista. As texturas das plantas evocam o tato, enquanto o barulho das próprias plantas, do vento e da água atiça a audição. “Usamos muito espelho d’água, fontes e cascatas porque é calmante e disfarça o barulho da rua”, diz.


Para completar, um jardim assinado por Abbud engloba também os quatro elementos da natureza: além da água; terra, em dunas; fogo, em tochas, piras e fogueiras; e ar, criando tamanhos diferentes de espaços onde se instalam “bolhas” de ar para as pessoas circularem. “O intuito é promover a qualidade de vida e permitir que as pessoas relaxem”, conclui.

Ser arquiteto paisagista

No Brasil, o mercado do paisagismo tem crescido muito ultimamente, extrapolando os jardins residenciais e alcançando espaços coletivos (condomínios, loteamentos, etc) e públicos (ruas, praças, parques, bairros, cidades). Assim, o arquiteto paisagista tem cada vez mais oportunidades de trabalho, porém quem entra nesse mercado precisa ter jogo de cintura para lidar com os desafios que um projeto envolve.


Existem diferenças importantes na elaboração de projetos de diferentes escalas. Segundo Abbud, a grande dica é ter em mente um público em potencial, seus desejos, costumes, cultura, que são determinados através de estudos e pesquisas. “Como solução para esse impasse do cliente ser ‘oculto’, costumo projetar espaços que contemplem uma grande diversidade de moradores: jovens casais com filhos, idosos, casais sem filhos, descasados, etc, sem nunca esquecer os costumes e valores regionais”, destaca.


Mais do que isso, Abbud diz ainda que cada projeto deve ter características e conceitos próprios que o torna especial. “Cada novo projeto é uma oportunidade de criar soluções inovadoras e diferenciadas”, conclui.

Em 1981 fundou sua própria empresa, que hoje conta com aproximadamente 5200 projetos paisagísticos desenvolvidos em todo Brasil e em outros países como Argentina, Uruguai e Angola. Abbud foi presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (Abap) durante os biênios de 1987-1988 e 1999-2000.


Ele assina projetos paisagísticos de cidades, bairros, parques, praças, condomínios verticais e horizontais, residências unifamiliares, empreendimentos corporativos e comerciais, hotéis e flats (urbanos e resorts), loteamentos (residenciais e industriais), habitações compactas, shoppings centers e áreas especiais.


Abbud participou de vários cases importantes, tais como: Parauapebas (PA), Pedra Branca (SC), Parque do Jaraguá (SP), Parque Jefferson Péres (AM) e Praça Victor Civita (SP). Recentemente, desenvolveu também projetos para empreendimentos de grande sucesso do mercado imobiliário, como: Cidade Jardim (RJ), O2 (RJ), Menara (SP), Raízes do Juquehy (SP), Villa Lobos Office Park (SP), além do Le Parc (BA) e Living Super Quadra Park Sul (DF).


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