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por João Ricardo Spagnollo

Impermeabilização: áreas diversas



Estaremos enfocando a impermeabilização em áreas específicas, destacando suas peculiaridades: Calhas, Isolação térmica, Rufos, Varandas, Floreiras e jardins, Boxes de banheiros, Piscinas, Caixas d`água e Subsolo :
Calhas

As calhas aqui tratadas são aquelas moldadas sobre a laje de cobertura, em concreto armado.
Estas calhas devem ser impermeabilizadas com o sistema de mantas. A manta deverá subir pela parede da calha até a sua borda externa. As paredes da calha devem ter a sua superfície superior na mesma inclinação do telhado. Recomenda-se que a telha entre pelo menos 10 cm dentro da calha, formando um pequeno beiral a fim de evitar entrada de água causada por chuvas de vento.
Para efeito de manutenção da calha, recomenda-se uma largura livre de no mínimo 30 cm.
Deve-se prever na camada de regularização da superfície do fundo da calha, um caimento mínimo de 1% para ralos e sua espessura mínima de 3 cm. Invariavelmente, uma calha deverá receber um tratamento de isolação térmica.

Isolação térmica

Com exceção ao uso da isolação térmica feita com materiais soltos como seixo rolado de cor clara, podemos dizer que existem duas outras opções. Estas duas opções são de uma camada de material isolante embutido no piso. Pode-se aplicar esta camada sobre a manta ou sob a manta. No caso da camada isolante ser aplicada sobre a manta, temos a vantagem de a manta também ser protegida termicamente, trazendo maior longevidade para o sistema. O material recomendado para isso é o poliestireno extrudado (Styrofoan), que tem a propriedade de não absorção de água. Nesta opção deve-se considerar o alto custo desse material.
No caso da camada isolante ser aplicada sob a manta já não temos a isolação térmica na própria manta, reduzindo teoricamente a longevidade do sistema. No entanto, podemos usar um material mais barato, que é o poliestireno expandido (isopor, Isofoan). Este material absorve água pelas bordas recortadas e encharcado perde sua propriedade isolante, por isso é importante que só seja usado sob a manta.

Rufos

Os rufos aqui tratados são os rufos em concreto que dão acabamento à parte alta do telhado, onde se encontra com paredes ou platibandas, tanto no sentido horizontal quanto lateral.
Estes rufos são superfícies de concreto armado de largura pequena, proximadamente 30 cm.
Nesses casos, a camada impermeabilizante não se faz necessária com mantas, sendo suficiente uma impermeabilização com membranas.
No momento da concretagem o carpinteiro deve ser instruído a deixar na forma um baguete de 2,5 x 2,5 cm, no sentido longitudinal do rufo, próximo da borda 3 cm. Isso fará com que a peça de concreto fique com um sulco na face inferior, que servirá como pingadeira, evitando o refluxo da água.
A superfície superior e lateral do rufo deve receber uma camada de regularização (cimento e areia no traço 1:3) com espessura mínima de 3 cm. Todos os cantos devem ser arredondados e a membrana deve revestir toda a face lateral e superior do rufo, assim como a parede de onde emerge o rufo e sua face superior. A face superior da parede deve ter uma inclinação de 5% para o lado interno a fim de evitar manchas precoces na fachada.
A camada impermeabilizante é feita por uma demão de primer, 3 demãos de emulsão asfáltica entremeadas com lã de vidro e protegida com pintura refletiva (alumínio).

Varandas

Tratamos aqui dos casos de varandas e sacadas construídas em local que terá uma finalidade de uso embaixo. Esses locais são considerados transitáveis por pedestres, cabendo então as recomendações para tal. Cuidados extras serão colocados e alguns deles se aplicam não só a regiões com estes fins.
Considerando que nem todas as sacadas têm seu guarda-corpo em total alvenaria ou concreto, há que se tomar os cuidados com os arremates de impermeabilização junto aos tubos ou outros metais que que ancorarão os elementos do guarda-corpo.
Toda região impermeabilizada que tiver em sua periferia uma porta que dê ligação com a área interna da edificação deverá ter a camada impermeabilizante adentrando no mínimo 1.00 metro para o fundo e laterais. Ao final desse 1.00 metro, deverá se deixar uma sobra de manta de 20cm, que será cortada somente depois do piso acabado. Esta medida evita que a água percole pela argamassa de assentamento do piso, infiltrando no ambiente interno. Já vimos casos de percolações que chegaram a avançar 5 metros pela área interna.
Nas paredes periféricas da área impermeabilizada deve ter um barrado mínimo de 50 cm de altura, e sua parede deve ser constituída de elemento não poroso e maciço a pelo menos 20 cm acima da borda do barrado.

Floreiras e jardins

Como nos outros casos, tratamos aqui de floreiras e jardins que serão construídos sobre uma laje que terá uma finalidade de uso embaixo.
No caso de floreiras que terão suas paredes em alvenaria, existe a necessidade destas paredes serem construídas sobre uma mureta de concreto com altura mínima de 15cm monolítica com a laje. Esta medida é fundamental para evitar o destacamento da parede e conseqüente ruptura da manta. A drenagem é feita por tubos de PVC Ø100mm, instalados no meio da vegetação, tantos quantos necessários para a drenagem da área. Esses tubos deverão ter em sua extremidade superior uma grelha metálica, preferencialmente pintada na cor vermelha para uma fácil localização em meio à vegetação, para eventuais manutenções e desobstrução.
No fundo do canteiro deverá se deixar uma camada de 10cm de cascalho, brita ou seixo rolado para a drenagem da água capilarizada. Essa camada deverá estar separada da camada de terra por uma camada de poliéster não tecido (geotêxtil). O escoamento da água capilarizada será feito pelo mesmo tubo captador da água da superfície da floreira, através de furos Ø 5/8" feitos neste tubo dentro da camada de cascalho, ou seja, estes furos devem estar abaixo da camada do geotêxtil.
Por questões estruturais, independente da altura externa da floreira, poder-se-á criar internamente lajes falsas na intenção de se reduzir o volume de terra. Mesmo que essas lajes sejam criadas, por se tratar de elementos pré-moldados soltos, a impermeabilização deverá ser aplicada como se todo o espaço fosse preenchido com terra. A camada de cascalho e os furos no tubo de drenagem deverão subir de acordo com esta laje falsa.
A profundidade de terra da floreira deve ser dimensionada de acordo com o potencial de raízes da vegetação a ser usada, assim como se deve evitar a utilização de espécies vegetais de raízes vigorosas ou que possam oferecer riscos ao sistema de impermeabilização.

Boxes de banheiros

Como os boxes de banheiros não são expostos a grande variação de temperatura, costumeiramente procura-se executar a laje com cuidados para boa cura e a sua impermeabilização é feita apenas através da cerâmica e um bom arremate com silicone na borda do tubo do ralo.
Por uma maior segurança pode-se aplicar manta asfáltica ou elastomérica, não havendo necessidade de se impermeabilizar o restante do banheiro, exceto no caso de existência de banheiras de hidromassagem, que por ser área mais úmida que o box, exige uma atenção maior quanto à impermeabilização.
No caso de se optar pela aplicação de manta na região do box, alguns cuidados devem ser tomados. As paredes devem ser de tijolo maciço pelo menos 20 cm acima do barrado de manta.
O barrado de manta nas paredes deve ter uma altura mínima de 50 cm e sua ancoragem feita na parede por um sulco de 4x4cm com inclinação de 45 graus. A manta deve sair 50 cm para fora do box e deve-se deixar uma sobra de 20cm para ser cortada após o piso acabado Antes da aplicação da manta, deve-se fazer os arremates de impermeabilização no ralo, ancoragem da esquadria do box (quando necessário). O ideal é se evitar o máximo possível, chumbamentos e intervenções no piso a ser impermeabilizado.

Piscinas

Tratamos aqui de piscinas em concreto e fibra de vidro, usadas em pavimentos térreos, onde embaixo normalmente haverá vagas de garagem ou em apartamentos dúplex de cobertura, onde normalmente embaixo estará a sala de estar. Acredito que esteja aqui um dos nossos dois grandes desafios, pois estamos falando de uma ousadia arquitetônica, onde toneladas de água estarão nos testando a cada minuto, enquanto existir.
Partindo daí, percebemos que até mais importante que a camada impermeabilizante, está a qualidade estrutural. Essa região da edificação deverá receber atenção redobrada na fase de concretagem. Terão que ser peças de concreto perfeitas, sem "bichos", falhas ou restos de madeira incrustados após a desforma.
Não podemos abrir mão da mísula nos cantos horizontais e verticais, que serão reforços importantes.
Os elementos como entrada de água, ladrão, ralo de fundo, deverão também receber
redobrada atenção quanto à sua rigidez com a laje de fundo ou paredes laterais. O fundo receberá tratamento igual a área transitável por pedestres, as paredes deverão ter, como proteção mecânica sobre a manta, placas de poliestireno expandido (isofoan, isopor) para proteção no momento crítico onde uma ou mais pessoas saltam na piscina. Após a colocação das placas de poliestireno expandido na vertical, aplica‐se uma camada de argamassa de cimento e areia no traço 1:3, armada com tela galinheiro. Esta camada de argamassa receberá o assentamento dos azulejos.
Com a intenção de não interferir no teto do pavimento inferior, normalmente essas piscinas são construídas em um nível mais elevado. Isso faz com que se crie uma segunda laje para o deck. Vemos então, surgir um caixão perdido. Este caixão perdido não pode jamais ser preenchido com entulhos, argila expandida ou qualquer outro material, pois no caso de uma infiltração,o armazenamento de água neste material será motivo de incômodo por muito tempo. O problema da infiltração será resolvido, mas o cliente terá sua goteira garantida por longos meses. Deverá receber impermeabilização dupla, uma camada no fundo do caixão perdido e outra sobre o deck, que será a continuação da manta que passa dentro da piscina.
Em um espaço de ar confinado, acontece o fenômeno da condensação, que é a liquefação do vapor de água proveniente da cura do concreto, vapor presente no ar ou uma eventual infiltração na laje superior. Este problema é evitado deixando-se pelo menos dois tubos de Ø mínimode 75 mm para a respiração do caixão, dispostos em pontos opostos. Estes tubos devem ter uma altura mínima de 20 cm dentro do caixão e sua ponta inferior rente com o teto do pavimento inferior.

Caixas d`água

Tratamos aqui da impermeabilização de reservatórios elevados moldados em concreto. As recomendações dadas para a concretagem das peças da piscina devem ser seguidas também  para este caso. No piso interno do reservatório será aplicada uma camada de cimento e areia no traço 1:3, como proteção mecânica, já nas paredes, não existe a necessidade de se proteger a manta mecanicamente, ficando exposta. Isso faz com que a manta tenda a cair por seu próprio peso. Duas medidas são tomadas a fim de evitar esta queda. Aplica-se uma malha de50x50cm de fita de caldeação mais solução adesiva. Aplica-se a manta e após é fixada uma fita
de alumínio a cada metro vertical, em toda a volta. Esta fita é fixada com buchas S10 e com parafusos latonados de cabeça boleada. Sobre a fita aplica-se um manchão de material igual ao usado para impermeabilização.
As flanges do fundo do reservatório são de fundamental importância para que o sistema funcione.

Subsolo

Tratamos aqui da impermeabilização de subsolos que sofrem com problemas de afloramento do lençol freático.
Considerando que na maioria dos casos de subsolos a área ocupada vá de divisa a divisa do terreno, temos grande dificuldade de acesso para impermeabilizar estas paredes.
O ideal seria que tivéssemos um grande terreno e pudéssemos construir um subsolo de concreto monolítico de cabeça pra baixo, impermeabilizássemos as paredes e o fundo e só então o puséssemos em sua posição definitiva. Como isso não é possível, usamos a técnica do envelopamento.
Trata-se da construção de paredes e piso provisórios, apenas para receber a camada
impermeabilizante. Depois de feita a impermeabilização e aplicada a proteção mecânica, constrói-se a parede e piso propriamente ditos. Deve-se lembrar de deixar os arranques dos blocos ou sapatas e fazer seus respectivos arremates de impermeabilização.
Outros casos deverão ser tratados particularmente, como por exemplo, casos onde seja necessário o rebaixamento do lençol freático.

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