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A “Sustentax – Engenharia de Sustentabilidade “ é uma empresa do grupo, que se dedica a projetos de sustentabilidade de empreendimentos, desenvolve o gerenciamento de certificação de prédios, com base no critério LEED (Leadership in Energy na Environmental Design) criado pelo USGBC (U.S. Green Building Concil).
Saiba mais: www.sustentax.com.br

Em Arquitetura sustentável (veja mais 129 artigos nesta área)

por Arqº Lourenço Gimenes

Sustentabilidade é pura bobagem



O título é mesmo para chocar e chamar a atenção. Se você começou a ler este texto por indignação, ótimo sinal.

Não, não creio que sustentabilidade seja, de fato, uma bobagem. Porém, buscarei mostrar nas próximas linhas que não acredito no enfoque dado ao termo, hoje, no Brasil. Acredito que cada um de nós, por mais distante que possa estar da discussão, observa com concomitante entusiasmo e desconfiança a celebração da ‘sustentabilidade’ que hoje toma conta da mídia.



Digo mídia, e não arquitetura, por duas razões. A primeira é que acho que o fenômeno é muito mais amplo que a construção civil – ele é quase onipresente. A ‘moda’ da sustentabilidade invadiu embalagens de papel higiênico, cadernos, faróis de automóveis e até solas de tênis.

Sustentabilidade está em todo lugar, e principalmente onde não deveria estar: qualquer empresa, hoje, inventa um carimbo próprio para dizer que o seu produto é sustentável, mesmo que não o seja – o importante, afinal de contas, é vender a idéia da responsabilidade e, de preferência, cobrar mais caro pelo mesmo produto ruim.

O exemplo mais interessante de tolice que já vi sobre o tema saltou-me aos olhos ao folhear uma revista do setor de serviços prediais. Numa propaganda de página inteira, alardeava-se a oferta de ‘serviços sustentáveis’. Não sei o que são os tais serviços sustentáveis, e suspeito que o anunciante faça ainda menos idéia do que eu. Ao ler o restante do anúncio, descobri que a empresa oferecia serviços terceirizados de portaria, segurança, manobrista e copeira para empresas. Até hoje me pergunto se um porteiro sustentável veste-se de verde, se o manobrista só estaciona carros a álcool ou se copeira só serve café orgânico. Realmente não faço a menor idéia.

A segunda razão é que eu acho que a boa arquitetura já nasce sustentável. Ou seja, é até descabido analisar arquitetura sob esse aspecto. Ela não precisa de atestado, propaganda e nem diferenciais que não a sua própria qualidade – sustentabilidade é premissa básica.

Como toda moda, por mais que gostemos, devemos olhá-la sempre com alguma cautela. Na arquitetura, o discurso predominante de sustentabilidade tem dois vetores principais: enquanto o primeiro estabelece o instrumental como o próprio partido, o segundo o insere à força num projeto fraco. Explicando melhor: ou se tenta fazer uma construção baseada num manual de ‘boas práticas’ ambientais, privilegiando os cálculos, simulações e especificações de materiais ecologicamente corretos, ou se faz um edifício perfeitamente ordinário, pasteurizado na caldeira do mercado, e se gasta uma quantidade enorme de dinheiro para corrigir o desempenho do edifício.

Deslumbrados com softwares fantásticos, estudos de insolação e ventilação, materiais tecnológicos ou simplesmente muito naturais, os arquitetos partidários do primeiro vetor passam por cima de um aspecto fundamental da arquitetura – a sua finalidade. O escopo da arquitetura é e sempre será criar ESPAÇOS. Espaços agradáveis, adequados e funcionais para o uso humano.

A arquitetura deve elevar o espírito, como diriam os grandes mestres. Fazer palpitar a alma e, ao mesmo tempo, oferecer uma solução prática para o programa solicitado. Vi poucos exemplos de uso consistente do instrumental técnico pelo simples fato de que os arquitetos que dele se servem esquecem do óbvio: instrumentos não passam meios – jamais serão a finalidade. O foco, portanto, está desviado.

No segundo caso, que considero mais grave, a questão normalmente se estrutura em volta de um interesse mercadológico tolo. Pode também acontecer de ser pura ingenuidade, mas há exemplos de espetacular ignorância – são prédios com fachada toda em vidro que usam ar-condicionado dito ‘ecológico’, ou que gastam uma verba injustificada em equipamentos diversos para compensar outras irresponsabilidades projetuais diversas. Má implantação, orientação, relação com o entorno, uso equivocado de materiais e técnicas parecem repetir-se incansavelmente na paisagem urbana.

Olhando para trás, a boa arquitetura brasileira modernista já incorporava conceitos muito simples e eficientes, naturalmente integrados à própria arquitetura. Aquela arquitetura era cuidadosa na forma como controlava o sol tropical, provia iluminação e ventilação naturais, criava espaços generosos onde se fundiam o edifício e o entorno, em meio a jardins belíssimos com espécies locais e generosamente permeáveis.

Ao mesmo tempo, trazia para a arquitetura a expressão da própria arte de um povo, ao desenvolver uma linguagem própria e também ao acolher na própria construção manifestações artísticas de outras disciplinas (o saudoso Athos Bulcão, que recentemente nos deixou, é um exemplo).

É claro que havia também a arquitetura modernista ruim, dura, ineficiente, até sem emoção. Mas será que para afirmarmos o ‘progresso’ e marcarmos a nossa participação nessa história precisamos nos livrar até mesmo das boas lições do passado? Penso em quanto tempo e oportunidades perdemos.

A boa arquitetura, como já disse, nasce sustentável. Não é o sistema de coleta de água que a faz merecer o título. A preocupação com o ‘tripé social-econômico-ambiental’ deve fazer parte dos mecanismos de criação de um espaço melhor, mais eficiente, correto e, sempre, emocionante.

Não precisamos fazer uma casa na árvore ou insistir que um prédio de taipa é ambientalmente correto. A maior parte da população mundial já vive em cidades, dispomos de tecnologias avançadas, somos capazes de reciclar, temos indústrias competentes – mas também não precisamos passar por cima da boa concepção, só porque temos aparatos eletrônicos para corrigir a preguiça de quem se acomoda a fórmulas de projeto fácil.

E não podemos ignorar que o ‘tripé’ envolve desenvolvimento e inclusão social, capacitação de mão-de-obra e educação, assim como a desejada economia de recursos nos alerta para o limite entre o voluntarismo formal e a inconseqüência projetual. Prédio sustentável que custa o dobro do convencional não é sustentável.

Sinto falta do erro – o erro bom. Sinto falta do ensaio. Sinto falta do espírito questionador que, sabendo aonde quer chegar, arrisca soluções inusitadas, inovadoras, utiliza o projeto como sua própria pesquisa. Precisamos desenvolver novas fórmulas, ainda que aprendendo com o passado. Precisamos de uma nova linguagem que signifique toda essa preocupação.

Precisamos de boa arquitetura. Isso que chamam de sustentabilidade por aí, em geral, é pura bobagem.




Lourenço Gimenes, Arquiteto e Urbanista, mestre e doutorando pela FAUUSP, é diretor do escritório Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos. Dentre os últimos projetos do escritório, destacam-se as tipologias residenciais elaboradas para o concurso internacional Living Steel 2008, onde o escritório foi finalista e recebeu o Architect’s Prize na categoria de desenho urbano (www.fgmf.com.br/livingsteel). Professor do Istituto Europeo di Design, foi também professor na Unip e assistente PAE na FAUUSP. Trabalhou em escritórios como Jean Nouvel e tem textos publicados em diversas revistas especializadas.



www.fgmf.com.br



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