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Em Infiltração e Drenagem (veja mais 34 artigos nesta área)

por Leonardo Zapla

A banalização da recuperação estrutural!



No artigo anterior, falávamos sobre as infiltrações e os caminhos que a água usa para apresentá-las (trincas, rachaduras, poros dos materiais, falhas no material como, ninhos no concreto, brocas e fendas junto as armaduras) e os estragos que elas causam nas edificações.

Apresentamos também, uma técnica revolucionária que impermeabiliza profundamente através de injeção o interior da própria estrutura, realizando uma rápida colmatação das trincas, fissuras e cavidades no interior do concreto, preenchendo e impermeabilizando sem quebrar.




Sem duvida a infiltração é a causa ou o meio necessário para a grande maioria das patologias em edificações. Dentre as diversas, podemos destacar o ataque as estruturas de concreto armado.

A água como eletrólito da corrosão.

A água é um meio condutor de eletricidade devido á sua carga natural de íons Cálcio, Magnésio, Sódio, Bicarbonato, Sulfato, Cloretos e Nitratos. Sem dúvida, os cloretos são os que se relacionam mais com a corrosão, já que, como outros íons, aumentam a condutividade elétrica da água, facilitando enormemente o fluxo da corrente de corrosão.

Também reduzem, de forma significativa, a proteção de filmes ou películas de proteção aplicadas, pois, por aí permeiam facilmente. Os íons nitratos, como os sulfatos, são tão perigosos quanto os cloretos para o aço. Apresentam –se, entretanto, em menores concentrações.

Na prática, águas com alta concentração de sulfatos atacam o concreto. O pH da água raramente foge do em torno a 4,5 – 8,5. De todos os gases dissolvidos na água, o OXIGÊNIO ocupa posição especial porque é um tremendo estimulante á corrosão. Um concreto bem dosado, com recobrimento e fator a/c (água/cimento) adequados, inclusive ao ambiente, estará protegendo suas armaduras da corrosão pelo fato de fornecer um ambiente envolvente altamente alcalino, com um pH entre 12 e 13.

No entanto, quanto mais permeável for a camada de recobrimento mais o concreto tornar-se-á "molhável", permitindo fácil acesso á água e aos gases, como o oxigênio, através de sua rede de vazios. Comumente, no entanto, ter-se-á, sempre, trincas e/ou fissuras em sua superfície, devido a processos de cura insuficientes ou mesmo inexistentes, fazendo com que aqueles elementos tenham fácil e rápido acesso ás armaduras.

Além de ser um dos principais "elos" da corrosão, a água também pode corroer o concreto. A medida em que a água vai infiltrando, ela dissolve o Oca (dando hidróxido de cálcio), e também a sílica, tornando o concreto cada vez mais poroso, conseqüentemente mais fraco.

O dióxido de carbono na atmosfera reagirá com a umidade (devido a infiltração) existente no interior dos poros da estrutura, convertendo o hidróxido de cálcio com alto pH, em carbonato de cálcio que tem pH mais neutro. (pH diminui inicia a corrosão). Observe que voltamos ao ponto inicial, CORROSÃO.

Corrosão – Transformação do metal em compostos de propriedades menos desejáveis (normalmente, a oxidação para voltar a ser o mineral do qual foi extraído. Retorno ao seu estado natural mais estável).

Uma força "invisível"

Todo este processo contribui para o aumento significativo da desagregação do concreto. Esta desagregação se inicia na superfície com uma mudança de coloração seguida de um aumento na espessura das fissuras entrecruzadas, que costumam aparecer.

Nas regiões em que o concreto não é adequado, não recobre ou recobre deficientemente a armadura, há a formação de óxi-hidróxidos de ferro, que passam a ocupar volumes de três a dez vezes superiores ao volume original do aço da armadura, podendo causar pressões de expansão superiores a 15 Mpa.

Estas tensões provocam inicialmente a fissuração do concreto na direção paralela a armadura corrida, o que favorece ainda mais a carbonatação e a penetração de agentes agressivos, causando o lascamento do concreto.

O comprometimento do desempenho da estrutura e o constrangimento psicológico.

É sabido que o concreto armado só funciona como um sólido composto (ou seja, como é calculado) quando há perfeita aderência entre o concreto e o aço. É comum encontrarmos condomínios com a filosofia – Isso pode esperar mais um pouco, não vai cair etc!. Esperando o momento "certo" para intervir, deixando muitas vezes os condôminos sem sono. Mas devemos alertar, que em geral, os problemas patológicos são evolutivos e tendem a se agravar com o passar do tempo, além de acarretarem outros problemas associados ao inicial.

Pode-se afirmar que as correções serão mais duráveis, mais efetivas, mais fáceis de executar e muito mais baratas quanto mais cedo forem executadas. A demonstração mais expressiva dessa afirmação é a chamada "lei de Sitter" que mostra os custos crescendo segundo uma progressão geométrica.

Dividindo as etapas construtivas e de uso em quatro períodos correspondentes ao projeto, à execução propriamente dita, à manutenção preventiva efetuada antes dos primeiros três anos e à manutenção corretiva efetuada após surgimento dos problemas, a cada uma corresponderá um custo que segue uma progressão geométrica de razão cinco (5).

Segundo SITTER, colaborador do CEB – Comitê Euro-international du Béton – formulador dessa lei de custos amplamente citada em bibliografias especificas da área, adiar uma intervenção significa aumentar os custos diretos em progressão geométrica de razão 5, o que torna ainda mais atual o conhecido ditado popular "não deixes para amanhã o que se pode fazer hoje", por cinco vezes menos.

A boa vontade que pode sair muito caro.

Síndico precavido, econômico, há anos mantendo uma administração enxuta. Um belo dia se depara com as lajes e vigas de suas garagens em processo de corrosão e desplacamento. Certamente, já sabe o que fazer. Deixa recado com o porteiro para encontrar o Sr. Das obras, que há anos ronda o condomínio e adjacências. "Profissional" barato, de confiança, muito bom por sinal.

Entretanto, esquece que o Sr. Das obras é um bom executor, mas não detém conhecimentos técnicos que os diversos serviços de engenharia requer. Continuando, lá vão, síndico e Sr. Das obras a loja de materiais de construção mais próxima. O resultado? Compram os mais diversos materiais. Aquele do comercial Dr, diz o Sr. Das obras. Satisfeito com a "economia" e com a orientação sugerida pelo balconista da loja, seguem para a execução da "maquiagem estrutural".

Remoção do concreto danificado pela corrosão, remoção das carepas de corrosão, pintura inibidora polimérica ou anticorrosiva, aplicação da argamassa de reparo. Pronto !!! agora é só pintar Dr.

Bem Sr. Síndico, devemos lhe informar que o termo "recuperação estrutural" aplicado em uma estrutura, motivado por processo de corrosão em suas armaduras significa a restituição da sua integridade em todos os sentidos, seja o físico e químico, sempre considerando-se que um processo é uma série de fenômenos sucessivos com nexo de causa e efeito.

A restituição das seções do aço e do concreto, danificados por processos de corrosão nas armaduras, representa nada mais nada menos do que o efeito. E a causa ? Bem, a causa da corrosão nem todos sabem, mas, é de origem eletroquímica, somente neutralizada por processo eletroquímico. Por que apenas tratar os efeitos? Evidentemente, esta forma de recuperação estrutural conduz ao aceleramento da deterioração da estrutura.

Todo problema patológico, chamado em linguagem jurídica de vício oculto ou vício de construção, deve ser acompanhado ou executado por um profissional devidamente habilitado.

O conhecimento da patologia da construção é indispensável, em maior ou menor grau, para todos que trabalham com recuperações e construção. Quando se conhecem os defeitos que uma construção pode vir a apresentar e suas causas, é muito menos provável que se cometam erros.

Voltando dias depois para ver o serviço do Sr. Das obras e do Síndico econômico, nos deparamos com o seguinte quadro: Utilização de argamassa com altíssima resistência a compressão, invariavelmente duas a três vezes superior ao do concreto original.

Em outras palavras, sua relação tensão – deformação (módulo de elasticidade) é totalmente diferente da base, dando como resultado uma transmissão de carga mais intensa e sujeitando-a a um descolamento prematuro. Bem mais impermeável que o concreto da base, possui uma rede de vazios bem inferior.

O resultado é um comportamento dimensional (coeficiente de dilatação térmica-relaxação-fluência) anômalo, não tão importante para espessuras correspondentes ao recobrimento, mas extremamente prejudicial para espessuras mais profundas, onde o volume de cargas é mais intenso.

Na verdade, o que se deseja é uma boa aderência, uma massa similar á original, uma cura adequada (retração por secagem) e a efetiva neutralização da corrosão através de um processo eletroquímico. Tudo a mais influencia o comportamento dimensional da peça estrutural, devido a falta de cuidado em tentar compatibilizar a recuperação.

A incompatibilidade nas recuperações em todos os segmentos da área é muito comum.

Mas este será o nosso próximo assunto, não recupere antes do próximo artigo.


Leonardo Zapla é especialista em Patologias da Construção, Consultor técnico de algumas empresas e diretor da Zapla Serviços Especiais para Engenharia.



Fonte:www.ecivilnet.com



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